"
Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (...)" - Ef.5:8.
Nestas palavras enfáticas, o Espírito Santo atravez de Paulo, nos informa qual é o estilo de vida que agrada à Deus e de como estamos comprometidos em vivê-lo diante dEle.
A comparação com a luz é bastante útil para nos orientar na prática cotidiana desta nova vida, de maneira que ela cause o impacto desejado por Deus.
Meditemos então um pouco sobre a luz e em como isto deve nos afetar como cristãos.
1.A luz é tão mais útil quanto mais alto estiver. Por isso que o Sol está a 150 milhões de quilometros da Terra. Por isso que se padronizou que as lâmpadas estejam fixadas no teto. Uma fonte luminosa deve sempre estar no alto. Jesus disse "
Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus (
Mt.5:20)". Ele também acrescentou: "
Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa (
Mt.5:15)". Fica evidente então que, a vida de um discípulo, deve ser vivida em um elevado padrão de conduta. Mas um padrão motivado não pela soberba ou presunção, mas pela convicção de que é este o compromisso que Deus merece de nossa parte.
2.A luz sempre vai gerar contraste. Diz o dito popular que "de noite todos os gatos são pardos", pois na sociedade mundana os valores são sempre mutáveis, indefinidos. Por isso o discípulo deve estar atento ao fato de que sua vida, suas atitudes, às vezes a sua mera presença física, vai produzir confrontos. Jesus disse "
Porque, todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus (
Jo.3:20-21)". Ele sentiu na própria pele a oposição dos homens ao Seu modo de vida: "
Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa (
Jo.15:18-20)". O discípulo de Cristo deve saber isto: ele vai ser discriminado, resistido, afrontado e, talvez, ofendido. E tal vai acontecer apenas por que sua vida vai colocar os pecados dos outros sob a luz de Deus. Na natureza há seres que fogem da luz e outros que se aproximam dela. No mundo espiritual é a mesma coisa: algumas pessoas vão evitar o discípulo, mas outras (glória à Deus por isso!) vão se aproximar buscando a luz de Jesus (
Jo.1:9).
3.Uma luz acesa implica em algo sendo consumido para mantê-la. De acordo com os físicos, a cada segundo 5 milhões de toneladas da massa do Sol são transformadas em energia. Dentro de uma lâmpada, um minúsculo filamento está sendo lentamente queimado. Igualmente uma vela, consome lentamente seu pavio. Assim o discípulado autêntico vai implicar no consumo da vida do discípulo em favor de Cristo e de Seu reino. Paulo viveu e entendeu esta realidade: "de muito boa vontade, gastarei, e me deixarei gastar, pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado (
II Co.12:15)". Jesus, na oração sacerdotal, revela qual foi a intenção profunda de Seu coração: "
E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade (
Jo.17:19)". Ser luz para Deus significa deixar-se ser consumido por Deus. Paulo, no seu ministério, experimentou situações nas quais sua vida esteve por um fio (
II Co.12:16-33) e Jesus explicou que Ele tinha vindo para dar sua vida em favor de muitos (
Mc.10:45). No discipulado não existe "luz fria", mas apenas a luz mantida pelo fogo e pelo calor do amor de Deus pelos homens. No evangelho de Mateus, capítulo 25, lemos a belíssima parábola das dez virgens. Apenas cinco delas tinham óleo suficiente para manterem suas lâmpada acesas. E nós: temos o suficiente do Espírito para "ardemos" por Deus?