segunda-feira, 26 de setembro de 2016

OS PERIGOS DA FAMILIARIDADE



“Então vieram os homens de Quiriate-Jearim e levaram a arca do SENHOR à casa de Abinadabe, no outeiro; e consagraram Eleazar, seu filho, para que guardasse a arca do SENHOR. Sucedeu que, desde aquele dia, a arca ficou em Quiriate-Jearim, e tantos dias se passaram, que chegaram a vinte anos; e toda a casa de Israel dirigia lamentações ao SENHOR.” – I Sm.7:1-2.                                                                                               
“Puseram a arca de Deus em um carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo. Levaram-no com a arca de Deus, da casa de Abinadabe, que estava no outeiro, e Aiô ia adiante da arca. (...) Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por causa desta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus.”                                                                                         II Sm.6:3-7.             

Em uma narrativa crua e, pode-se dizer até, perturbadora, a Bíblia nos conta de modo muito breve acerca da morte de Uzá. O porquê da morte dele é sabido: a Lei de Moisés proibia terminantemente qualquer israelita, que não fosse da tribo sacerdotal de Levi, de tocar os itens sagrados pertencentes ao ministério do Tabernáculo (Nm.3:38), dos quais a Arca era o mais importante.  
Mas, o que queremos meditar aqui não é tanto o “por que”, e sim o “como”: o que levou Uzá a este ato aparentemente inocente e até necessário, mas que o texto sagrado classifica como irreverente?
Não nos é informada a idade de Uzá, mas considerando que 20 anos antes do ocorrido outro irmão seu, de nome Eleazar, havia sido escolhido para cuidar da Arca, podemos supor que ele era ainda criança quando o objeto sagrado, recém-chegado do território filisteu, foi alojado temporariamente na casa de seu pai, Abinadabe.
Assim, podemos imaginar Uzá crescendo: de criança para adolescente, para jovem, para homem maduro, e em todas estas fases de sua vida a Arca do SENHOR esteve presente, tornando-se parte de seu cotidiano. É possível que, ao longo dos anos, tenha testemunhado um interminável entra e sai de peregrinos israelitas, que vinham de longe só para ver a Arca da Presença de Deus.
Por isso, com o passar do tempo, uma perniciosa familiaridade com a Arca foi se desenvolvendo no coração de Uzá, familiaridade esta que acabou por se degenerar em possessividade – “A Arca também é minha. Eu também tenho direito sobre ela. Afinal ela tem estado este tempo todo debaixo do mesmo teto que eu”. Talvez tenha sido este o pano de fundo mental em que Uzá vivia quando chegou o terrível dia em que a Arca finalmente saiu de sua casa. Ele jamais se atreveria a opor-se às ordens do rei Davi, mas o texto o mostra junto ao carro, cuidando de seu objeto de estimação da infância. Então acontece o inesperado: os bois tropeçam, o carro sacode mais forte, a Arca desliza perigosamente e Uzá, cheio de zelo, mas sem entendimento (Rm.10:2), com uma preocupação sincera, mas equivocada (Jo.21:20-22), toca no símbolo maior da santidade de Deus. E é fulminado.

O que aconteceu com Uzá pode acontecer nos dias de hoje. Corremos, tanto quanto ele, o risco de sermos contaminados pelo erro da “familiaridade”, que é uma atitude de irreverência e destemor para com as coisas de Deus, que leva a considerarmo-nos com “direitos” e “privilégios” diante dEle. Começamos a crer na falácia de que merecemos ser tratados de modo diferenciado, que os critérios divinos se aplicam só aos outros, nunca a nós. Que entendemos de tudo e que Deus precisa muito de nós. 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Tudo Posso, Naquele Que Me Fortalece


TUDO POSSO, NAQUELE QUE ME FORTALECE.” – Fp.4:13
Sabemos que, na perspectiva espiritual, existem apenas 2 lugares ou posições em que qualquer pessoa vai estar: em Adão ou em Cristo.
Para cada, e em cada, uma destas posições há fatos e consequências relacionadas. Para a posição “em Adão” há toda uma herança adâmica, toda uma realidade que acompanhou nosso primeiro pai desde que este caiu em pecado no jardim do Éden, como nos relata a Bíblia. Morte, enfermidades, fraqueza moral, traumas emocionais, tristezas diversas, relacionamentos problemáticos, perversidades e perversões são o que acompanham aqueles de nós que continuam espiritualmente ligados ao primeiro de todos os homens (Rm.5:12, Gl.5:19).
Mas, felizmente, Deus providenciou uma opção para os homens: Cristo. E semelhantemente ao que ocorre em Adão, os homens tem agora acesso a uma bendita herança espiritual em Cristo, “que veio ao mundo buscar e salvar o que estava perdido” (Lc.19:10).
E o texto citado no início garante esta provisão, ao afirmar que todas as coisas são possíveis naquEle que fortalece ao que crê. Então, fica a pergunta: o que exatamente é possível?
1. Em Cristo é possível vencer a Satanás e seus demônios. Sim, pois Cristo Jesus triunfou sobre todos os poderes das trevas e os colocou debaixo de Seus pés (Cl.2:14-15; Ef.1:19-22; Jo.12:31; Jo.16:11). E agora, esta mesma vitória é disponível a todo aquele que está nEle (Lc.10:17-19; Rm.16:20; Ef.6.10-13).
2. Em Cristo é possível vencer o mundo. Por mundo quer-se dizer o sistema organizado pelo qual, e no qual a humanidade vive, a totalidade das diversas culturas, sistemas políticos, econômicos, religiosos, científicos e filosóficos, todos orientados para se oporem a Deus e Seu reino (Sl.2; Sl.115:2-8; Jo.1:9; Jo.3:19; I Co.2:6;        I Jo.2:15-17; Ap.17 e 18). Todo este sistema é organizado e mantido por Satanás. O mundo é um inimigo muito sutil exatamente pelo fato de que as pessoas nascem e vivem nele cotidianamente, acostumando-se a ele e na maior parte do tempo não percebendo que ele está em completa oposição ao Reino de Deus. Mas Cristo o venceu (Sl.2:9; Jo.7:7; Jo.16:33; Jo18:36; Ap.5:5), e agora nEle é possível alcançar este discernimento e vencer o sistema diabólico que rodeia todas a pessoas (Jo.17:14-15; Rm.12:1-2; I Co.3:18; Ef.2:2; I Jo.5:4).
3.Em Cristo é possível vencer a carne. Carne é a expressão bíblica (particularmente paulina) para se referir à natureza humana e em especial à sua condição caída. Carne engloba as inclinações, desejos, atitudes e os atos que brotam desta natureza. De modo geral é um termo com conotação negativa e colocada sempre em oposição ao espírito. Neste contexto, a carne torna-se mais perigosa que Satanás e seus demônios, pois ela é a própria individualidade da pessoa humana. Ainda que a natureza humana de Cristo não foi contaminada pelo pecado, a morte dEle na cruz garantiu uma vitória completa sobre a carne, pois durante o tempo de sua peregrinação terrena, Ele manteve esta natureza em completa sujeição à vontade de Deus-Pai (Mt.4:1-11; Mc.14:32-36; Jo.8:29; Jo.8:38-50; Fp.2:8-11; Hb.5:6-8; Hb.12:2). E esta vitória está gora disponível a todo que crer e se apossar desta verdade (Rm.6:1-22; Rm.8:1-17; Gl.5:16-26; Ef.5:1-19).  

 Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”
II Co.5:17. 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Maldição E Orgulho



Em Gênesis lemos a triste história de Caim e sua maldição. Culpado da morte de seu irmão foi indelevelmente marcado por Deus, passando a vagar pela Terra de então, carregando por onde fosse o sinal de seu pecado (Gn.4:8-16).

Mais à frente lemos sobre um descendente seu, Lameque, pioneiro na prática ímpia da poligamia e que, como seu ancestral, matou de maneira deliberada e movido por uma soberba impressionante (Gn.4:19-24).

O que chama a atenção nesta narrativa é como, no espaço de cinco gerações, o que era uma maldição transformou-se em motivo de orgulho.  Caim passou toda a sua triste existência portando a marca do desagrado divino, suportando olhares acusadores ou apenas curiosos, construindo cidades numa tentativa de aliviar o fardo da culpa, desejando muitas vezes que alguém o matasse como ele matara seu próprio irmão muito tempo antes. Mas o decreto de Deus fora severo: ninguém deveria se atrever a tocar em Caim.

Já para seu treta neto Lameque, isto não foi um problema. Na realidade foi motivo de orgulho. Vemos claramente isto quando ele arrogantemente declara que matara a um por tê-lo ferido e a outro por tê-lo pisado, e que a maldição que pesara sobre Caim era setenta vezes maior nele. Aos seus próprios olhos Lameque era alguém intocável, plenamente justificado em qualquer coisa que quisesse fazer.

Podemos ver este mesmo fenômeno nitidamente em nossos dias.

Práticas e atitudes que, há poucas gerações, eram imorais, vergonhosas, doentias, ou mesmo ilegais, hoje são aceitas, toleradas e, em alguns casos, até incentivadas. Comportamentos viciosos ou patológicos ganham a proteção da lei e aqueles que os praticam tornam-se intocáveis, como Lameque. Vemos a valorização do vil e o aviltamento do que é nobre e honrado. As leis perdendo sua força e as autoridades perdendo a honra.
Por tudo isso, podemos mais e mais entender e estar certos de que um tempo de juízo se aproxima sobre a raça humana. Recordam-nos as terríveis palavras do Senhor Jesus: 
“... pois assim como foi nos dias de Noé...” (Mt.24:37).

Mas a narrativa de Gênesis também estimula a esperança, quando lemos no capítulo 4 mesmo “... daí se começou a invocar o nome do Senhor.” (vs.26b).

Se a impiedade pode produzir algo de bom é que ela leva os fiéis de Deus a um estado de completo inconformismo e santo desespero, que se traduz numa busca radical por Deus e Sua manifestação. Enos, neto de Adão e Eva, consciente do mundo que o cercava, decidiu-se por ir contra a cultura de sua época e passou a invocar o Senhor. Simples assim. Tudo o que Deus quer e espera é ser invocado.

“Perto está o SENHOR de todos que O invocam, de todos que O invocam em verdade.”Sl.145:18.


segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Saudações

A todos os amigos e visitantes deste blog, meu sinceros votos de um muito feliz 2013. Que ao longo do próximo ano possamos continuar a compartilhar informações que nos ajudem a entender melhor e a viver melhor neste mundo e nesta vida.

Abraços a todos e até 2013.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ver Pornografia Na Internet Faz Crianças Acharem Que Estupro É Comportamento Normal


O alerta está sendo dado pela Sue Berelowitz, Comissária para a Infância no Reino Unido, que aponta que não há cidade ou vila em que as crianças não estão sendo vítimas de exploração sexual. O número de vítimas está na casa dos milhares e, segundo Peter Davies, diretor do Child Exploitation and Online Protection Centre, uma em cada 20 crianças é vítima de abuso sexual. E o acesso precoce à pornografia na internet está na raiz desta exploração: as crianças estão crescendo com uma visão totalmente deturpada do que é sexo e do que é um comportamento sexual normal.
Alguns dos meninos que estavam envolvidos em atos de abuso sexual falaram que “era como estar dentro de um filme pornô”. “Eles viram coisas e depois repetiram o que viram. Definitivamente isto afetou os limites do que eles pensam ser normal”, contou Berelowitz.
A exploração sexual aparece de diversas formas, desde crianças que vão para um parque para encontrar um amigo virtual e acabam sendo estupradas por gangues de outras crianças (e outros grupos de crianças são convocadas por celular para estuprar a mesma criança em outra parte do parque, em uma tortura sexual que, em um caso descoberto recentemente, durou alguns dias), ou crianças de 11 anos que acham que tem que praticar sexo oral em grupos de outras crianças durante períodos de até duas horas, até adultos que se passam por crianças em sites online como o Habbo ou o Facebook, onde um homem de 40 anos que se passava por um menino tinha mais de 1.000 meninas entre 12 e 14 anos como “amigos”.
No site Habbo, uma produtoras de televisão (Channel 4 News, do Reino Unido) se fez passar por uma criança de 13 anos. Depois de dois meses de experiência, Rachel Seifert relatou que o bate-papo era bastante sexual, perverso, violento e pornográfico, além de bastante explícito. Logo nos dois primeiros minutos de acesso, já perguntaram se ela tinha webcam, e pediram para ela tirar toda a roupa.
Como se não bastasse as crianças acharem normal o estupro e a violência sexual, ainda existem adultos que as obrigam a fazer sexo e filmam tudo para garantir a cumplicidade delas, criando uma “rede de abusos”. Também existem pessoas usando artifícios ilícitos para obter sexo, como um grupo de homens que foi condenado por dar bebidas e drogas a meninas de 13 anos para usá-las para o sexo.
Enquanto controles mais rígidos não são regulamentados, como um sistema de opt-in em que a pornografia é bloqueada por padrão por provedores de internet (a menos que os pais solicitem o desbloqueio), a organização de Peter Davies está distribuindo filmes em escolas, voltados a crianças com idade entre 5 e 8 anos, ensinando-as como evitar os perigos online.
Seria pouco? O que os pais poderiam fazer para proteger seus filhos? Confira aqui um artigo com dicas para evitar que seu filho seja abusado.
Fontes: 1, 2