sábado, 25 de abril de 2009

A Conquista De Canaã E O Extermínio Dos Cananeus


A Bíblia narra, sem qualquer pedido de desculpas, como os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, tomaram a terra conhecida como Canaã e se fixaram alí como uma nova nação no cenário mundial da época. O que causa estranheza, principalmente para a nossa mente ocidental, é a maneira como se deu tal conquista: a ordem divina foi a de exterminar sem misericórdia todos os moradores da terra, sem distinção de sexo ou idade. Tais textos são insuportáveis para alguns e constrangedores para outros. E, o recente conflito entre Israel e a guerrilha palestina, serviu como uma forte recordação de fatos já milenares. 
Mas será que, biblicamente, é possivel encontrar uma justificativa que seja razoável para os episódios narrados no Velho Testamento? Houve realmente necessidade de todo aquele derramamento de sangue? 

O Contexto Social de Canaã.
A Bíblia não nos conta o que o cananeus faziam no seu cotidiano, mas nos dá algumas pistas. Em Gênesis, cap. 15, Deus diz a Abrão, que sua descendência iria possuir a terra na qual ele peregrinava, pois a medida da iniquidade dos "amorreus" ainda não estava completa. Um tempo de juízo estava anunciado para o futuro. Amorreus aqui é simbólico para toda a região, pois era um reino-tampão: vence-lo significava tomar todo os outros reinos. Quatro séculos depois, Deus alerta Seu povo para não se envolverem com certas práticas imorais, costumeiras em Canaã (livro de Levítico, cap. 18). Pelo que se lê alí, subentende-se que a sociedade cananita estava em um estado de grande corrupção moral. E a queda moral vem sempre acompanhada de muita violência (principalmente contra crianças, que eram sacrificadas à divindade conhecida como Moloque).  Aliás, isto é algo que podemos comprovar nos dias de hoje, com nossos próprios olhos!

Um Prazo Para Arrependimento.
Não podemos acusar Deus de não ter dado chance de arrependimento para os cananitas. Ele esperou por quatrocentos anos (Gn.15:13); Alem disso, a libertação da escravidão de faraó,  deu-se ao longo de uma série de eventos extraordinários, que foram vistos não apenas pelos hebreus e egípicios, mas também pelas nações ao redor (Js.2:8-11). Cada uma das nações que foram destruídas tiveram a oportunidade de rendição. Tanto isto é verdade que, uma delas, os gibeonitas, atravéz de uma farsa, entraram em acordo como o general Josué (Js.9). 

Extermínio ou Justiça?
No começo da década de 1990, quando Sadan Hussein, movido de sonhos megalomaníacos, invadiu o Kwait, as nações ocidentais viram a necessidade de parar com aquela aventura inconsequente, recebendo apoio inclusive das nações árabes. Nenhum líder mundial sério questionou aquela intervenção.  O que temos aqui é uma situação semelhante em muitos aspectos: uma região dominada por uma cultura corrompida, com reis perversos, população submetidas a toda forma de escravidão. A chegada do exercito hebreu foi antes uma libertação do que uma tragédia, em especial para crianças, sujeitas que eram a queimarem vivas nos altares pagãos. Nossa principal dificuldade é que estamos aqui e hoje e não lá e então: nós não vimos com nossos próprios olhos todo o horror que envolvia os cultos cananitas. Isto sem falar da inevitável desagregação familiar a que aqueles povos devem ter sido submetidos. 

Exterminando Uma Cultura.
Com certeza, Deus não odiava aqueles povos, mas sim a cultura na qual eles viviam. E, infelizmente, cultura está ligada a culto. A maneira como vivemos revela quais são nossos objetos de adoração. Por que então Deus não libertou aquelas almas daquela cultura? 
A esta questão podemos responder com outra pergunta: por que gostamos do que nos faz mal? Em nosso mundo ocidental quantas práticas, valores e circunstâncias são claramente nocivas e no entanto nós as toleramos sob a desculpa da liberdade individual. Ainda que este conceito talvez não fosse usual entre os cananitas, com certeza eles apresentavam alguma outra justificativa. O resultado foi a destruição. Será que, honestamente, podemos esperar um fim diferente para nós mesmos? 


segunda-feira, 13 de abril de 2009

Sinais Dos Tempos - 1


"Os modernos mestres da ciência muito se impressionam com a necessidadede iniciar todas as investigações com um fato. Os antigos mestres da religião igualmente se impressionavam com esta necessidade. Começavam com o fato do pecado - fato tão prático como as batatas. Pudesse ou não o homem ser lavado em águas milagrosas, não pairaria nenhuma dúvida de que ele desejava lavar-se. Mas certos líderes religiosos de Londres, não somente os materialistas, começaram a negar nos dias de hoje não a altamente questionável água, mas sim a inquestionável sujeira.
Certos novos teólogos questionam o pecado original, que constitui a única parte da teologia cristã que pode realmente ser provada. Alguns seguidores do rev. R.J. Campbell, em sua espiritualidade quase exigente demais, admitem a ausência de pecado em Deus, que não podem ver nem em sonhos. Mas eles essencialmente negam o pecado humano, que eles podem ver na rua. Os santos mais poderosos, assim como os mais poderosos céticos, tomaram o mal positivo como ponto de partida de sua argumentação. Se for verdade (como certamente é) que o homem pode sentir uma felicidade extraordinária em esfolar um gato, então o filósofo religioso só pode fazer uma entre duas deduções. Ou ele deve negar a existência de Deus, como fazem todos os ateus; ou deve negar a presente união entre Deus e o homem, como fazem todos os cristãos. Os novos teólogos parecem pensar que uma solução altamente racionalista é negar o gato."

G.K. Chesterton, em "Ortodoxia", pag. 27.

Impressionou-me a extraordinária atualidade do texto, já centenário. Parece ter sido escrito a semana passada, tamanha a sua relevância. Desde que a sociedade ocidental aboliu o conceito altamente saudável de pecado, temos assistido à degradação de nossa civilização, que consome a sí mesma. Perversões morais são hoje tratadas como enfermidades ou aceitas como opção de vida. As leis, que deveriam se constituir em ferramentas adequadas para tratar os perversos, estão sendo, pouco a pouco, manhosamente adaptadas para protege-los e servi-los com mais vítimas. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude, dando-nos sabedoria e coragem para resistir nestes dias maus.

domingo, 5 de abril de 2009

É Sempre Bom Lembrar.


Assim reza a magna carta brasileira: 

"TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; (...)"

Imagino que os homens e mulheres que ajudaram na redação do texto acima, se esforçaram para criar uma constituição clara, justa e moderna, pela qual se pudesse gerir toda uma nação com o bom senso necessário. Através dela o Estado brasileiro assumiu para sí a mais essencial, primária e importante responsabilidade que pesa sobre qualquer governo: zelar pela vida humana! Todas as outras funções de qualquer Estado soberano são consequências diretas ou indiretas desta tarefa maior.  E, lendo este trecho da nossa constituição, fica evidente que a vida humana, dentro de nosso território, desfruta de suficiente proteção. 

O artigo 5º garante que, todos tem acesso à mesma proteção, independente de qualquer particularidade;

O parágrafo II garante que, ninguém é obrigado a nada se a lei não o exigir; 

O parágrafo IV garante liberdade de expressão; 

O parágrafo V garante que, a pessoa ofendida, tem assegurado o direito de resposta; 

O parágrafo VI garante que qualquer um pode crer e cultuar o que quiser, tendo inclusive direito a faze-lo sob proteção; 

O parágrafo VIII, garante que, ninguém irá perder seus direitos constituicionais por crer desta ou daquela maneira; 

O parágrafo IX garante que, qualquer cidadão pode expressar publicamente suas preferências; e,

O parágrafo X garante que, qualquer um, que se sentir ofendido na sua honra ou privacidade, tem o direito de acionar legalmente o ofensor.

O mais importante, é que são direitos que estão valendo há mais de 20 anos. As unicas coisas que podem impedir um cidadão de usa-los são a ignorância, a preguiça ou a má fé deliberada. 

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Uma Visão Do Todo.

As ilustrações abaixo são singelas e, é claro, totalmente humanas. Minha intenção é a de fornecer, ainda que pálida, uma idéia da infinitude do Criador.  

A Bíblia, sendo um livro revelado, descreve a Deus da maneira como Ele mesmo quis dar-se a conhecer: um ser triúno. O ser mistériosa, não faz esta revelação ser absurda. Deus, em Sua essência e modo de existência é um, mas em seus relacionamentos Ele se comunica através de três egos distintos, mas totalmente inter-relacionados.

No livro de Atos, capítulo 17, verso 28, Paulo faz uma declaração espantosa: "Pois nEle nos movemos e existimos...". Aqui, o apóstolo está confirmando o entendimento que sábios gregos tinham recebido acerca de um suposto deus criador. Paulo atesta que, toda a criação existe dentro do próprio Criador, ainda que distinta dEle. E nada mais lógico: se não estivesse em Deus, estaria onde?


Genesis nos informa que, no princípio criou Deus "os céus e a terra...". Mesmo o céu de Deus é criação dEle, pois evidentemente Ele não precisa de um céu para morar. Tudo o que foi visto por João e que ele descreveu no livro do Apocalipse,  existe apenas para fins de revelação. Alí, o Criador encontra-se com Suas criaturas e da-se ainda mais a conhecer. 

O Universo, que pelas medidas mais recentes tem aproximadamente 28 bilhões de anos-luz de diâmetro, é apenas um pequenino ponto dentro do terceiro céu. No Salmo 104, verso 2, o escritor sagrado compara o céu visível com uma cortina que encobre a glória de Deus. E assim é! Em algum lugar, distante demais para ser visto ou medido, nosso universo físico acaba, e começa o céu de Deus. 
Existe, no meio científico, alguns pesquisadores que admitem a possibilidade de a Via Láctea, a galáxia em que está a Terra, ser o centro geográfico do Universo. De acordo com eles, somente uma tal posição central, nos daria a visão privilegiada que temos e que permitiu à ciência astronômica obter grande entendimento acerca do Cosmos. 
Se isto for confirmado como fato, nada poderia ser mais adequado para firmar a cosmologia bíblica. A Terra poder ser, afinal, o centro do Universo. Mas com certeza ela está no centro dos tratos de Deus com o Homem.  E no miolo de tudo, no lugar mais inferior de todos, fica o Hades, para aqueles que insistem em rejeitar a liberdade de Deus, preferindo o aprisionamento do pecado.