sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ricardo Gondim: Controverso, Eu?

"Não me considero um polemista, embora reconheça a minha insistência em questionar, embora saiba que vez por outra peso nas tintas ao criticar, embora consciente do meu atrevimento por tentar derrubar vacas sagradas de seus pedestais teológicos. Um tanto de gente me escreve perguntando sobre boatos que se espalham por corredores virtuais me acusando de perigoso. Sinceramente, não me acho uma ameaça (sem bem que Hitler também não se achava!).

Vou tentar explicar pela enésima vez porque disse que estava de saída do movimento evangélico. Na verdade, minha igreja pretende ser evangélica, isto é, ser uma comunidade leal ao Evangelho. Já não me identifico com o que se tornou o "movimento evangélico" enquanto fenômeno social. Enumero minhas explicações para que fique mais didático:

1. Por razões éticas

Não consigo acertar o passo com os escândalos que sacodem quase semanalmente o movimento evangélico. Na minha opinião, um claro sinal da septcemia moral que o devasta. Alguém diria: “Esses escândalos representam apenas uma pequena parcela do movimento e os demais não podem ser responsabilizados”. Ora, ora, se os desmandos do neopentecostalismo não representam o todo, então porque os evangélicos se valem do crescimento das mega-igrejas, dos ministérios televisivos, para impressionar com as estatísticas do IBGE? Se há necessidade de separar quem é quem, então que profetas se levantem e denunciem o circo vergonhoso que se tornou a pretensa “pregação do evangelho” que não passa de uma neurolinguística fajuta.

2. Por razões teológicas -

Milagres a granel são prometidos indiscriminadamente pelas igrejas. O movimento evangélico virou um movimento antropocêntrico. Deus foi reduzido a um poderoso consertador de problemas, a um super-gênio da lâmpada que cumpre desejos, a um magnífico Papai Noel que dá o que se pede. Oração se transformou em técnica de manipular o divino; obediência, um jeito de desobstruir os dutos por onde correm as bênçãos; e fé, uma força que arrasta o coração de Deus na direção dos humanos, sempre miseráveis.

Na verdade, se me perguntarem se concordo com um mundo engrenado pela Providência que faz com que todos os nano eventos do universo tenham a tutela de Deus, responderei que não. Se me perguntarem se creio que crianças já nascem pecaminosas e “filhas da ira”de Deus, repetirei que não. Enfim, eu jamais passaria nas provas de catecúmenos da maioria das igrejas evangélicas.

3. Por razões existenciais -

Por anos, corri, corri, sobre a plataforma evangélica de salvar almas, de garantir o céu para os pecadores danados. Quando vi que a fronteira da velhice se avizinhava, descobri que as pessoas que haviam carimbado o passaporte para a vida eterna eram malvadas, iracundas, traiçoeiras, ingratas, mais amantes de suas doutrinas do que do próximo. Eu tinha distribuído salvo conduto que dava entrada para as ruas de ouro do Paraíso, mas fracassara em ajudar homens a honrarem as calças que vestiam.

Recentemente, pregando em Natal, Rio Grande do Norte, perguntei a um pastor anglicano sobre o estado das igrejas ali. Ele respondeu que igrejas evangélicas sérias estavam em crise. Repliquei de imediato: - Não, amigo, as igrejas sérias não estão em crise, mas navegando na contracorrente.

Sei que a versão dos maldosos colou em mim; fiquei com o estigma de mal-resolvido, polêmico e até de herege. No passado, isso me inquietava, mas depois que muitas águas correram sob a ponte, conscientizei-me de que devo continuar tentando abrir picada onde não há trilha sem importar-me com a opinião dos guardiões da reta doutrina.

Se a busca inquieta por novos ares for controverso, sou controverso. Se não aceitar andar no passo da manada for controverso, eu sou controverso. Se desejar cuidar pastoralmente de famílias com filhos com paralisia cerebral, sem repetir chavões, for controverso, eu sou controverso. Se recusar a aceitar que a miséria de bilhões, que dormem com fome todas as noites, representa o controle de Deus sobre a história for controverso, então eu sou controverso.

Cambaleante, continuarei. Sob artilharia pesada, escreverei. Espicaçado por eruditos, seguirei. Esta é minha vocação, é minha sina, é meu destino. Comecei, agora vou até o fim.

Soli Deo Gloria"

Fonte: ricardogondim.com.br

terça-feira, 6 de julho de 2010

O LENÇO DOBRADO

"Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, e que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte." - Jo.20:6-7

"Por que Jesus dobrou o lenço que cobria sua cabeça no sepulcro depois de sua ressurreição?
Eu nunca havia detido minha atenção a esse detalhe.

João 20:7 nos conta que aquele lenço que foi colocado sobre a face de Jesus, não foi apenas deixado de lado como os lençóis no túmulo. A Bíblia reserva um versículo inteiro para nos contar que o lenço fora dobrado cuidadosamente e colocado na cabeceira do túmulo de pedra.
Bem cedo pela manhã de domingo, Maria Madalena veio à tumba e descobriu que a pedra havia sido removida da entrada. Ela correu e encontrou Simão Pedro e outro discípulo, aquele que Jesus tanto amara {João} e disse ela: "Eles tiraram o corpo do Senhor e eu não sei para onde eles o levaram."

Pedro e o outro discípulo correram ao túmulo para ver. O outro discípulo passou à frente de Pedro e lá primeiro chegou. Ele parou e observou os lençóis, mas ele não entrou. Então Simão Pedro chegou e entrou. Ele também notou os lençóis ali deixados, enquanto o lenço que cobrira a face de Jesus estava dobrado e colocado em um lado.

Isto é importante? Definitivamente.
Isto é significante? Sim.

Para poder entender a significância do lenço dobrado, você tem que entender um pouco a respeito da tradição Hebraica daquela época.
O lenço dobrado tem que a ver com o Amo e o Servo; e todo menino Judeu conhecia a tradição. Quando o Servo colocava a mesa de jantar para o seu Amo, ele buscava ter certeza em fazê-lo exatamente da maneira que seu Amo queria. A mesa era colocada perfeitamente e o Servo esperaria fora da visão do Amo até que o mesmo terminasse a refeição. O Servo não se atreveria nunca tocar a mesa antes que o Amo tivesse terminado a refeição.

Se o Amo tivesse terminado a refeição, ele se levantaria, limparia seus dedos, sua boca e limparia sua barba e embolaria seu lenço e o jogaria sobre a mesa. Naquele tempo o lenço embolado queria dizer: "Eu terminei". Se o Amo se levantasse e deixasse o lenço dobrado ao lado do prato, o Servo não ousaria em tocar a mesa porque o lenço dobrado queria dizer: "Eu voltarei!"
Ele está voltando! O recado nos foi dado claramente!

Oro para que você seja abençoado com a paz e a alegria em saber que Ele está voltando e isso pode ser muito breve."

Autor desconhecido.

domingo, 4 de julho de 2010

Dois Pesos, Duas Medidas: Para Os Mulçumanos Respeito, Aos Cristãos O Desprezo

"Um recém-formado grupo de conservadores e líderes religiosos anunciou nesta quinta-feira (03/07) que vai pedir aos anunciantes absterem-se de gastar dinheiro com a proposta de fazer Comedy Central "JC" - um programa de animação que retratam Jesus Cristo como querendo "fugir da sombra do pai famoso e viver a vida em Nova York como um cara normal." Numa conferência de imprensa quinta-feira, o grupo, que se chama Cidadãos Contra Intolerância Religiosa (CARB), trouxe conservadores católicos, protestantes e judeus ortodoxos em conjunto para notificar sobre um show que, eles dizem, dá todos os indícios de ser um "retrato" vil de Cristo . L. Brent Bozell III, presidente do Media Research Center, disse ainda que o show não está em produção, no entanto, Comedy Central tem uma longa história de shows, como "South Park", que têm escarnecido e ridicularizado cristianismo. "Este é um desenho animado projetado para zombar e para ridicularizar e para ser ofensivo aos cristãos", disse Bozell. "Neste momento, dizemos basta. Sabemos que eles (os produtores do show) estão pulando de alegria, sentindo que eles estão recebendo todos os tipos de publicidade por causa de nossos esforços. Por outro lado, não vamos ficar em silêncio sobre isso." Michael Medved, apresentador de um rádio talk-show, juntou-se ao ataque, criticando o Comedy Central pelo emprego de um duplo padrão, dizendo que a rede tinha parado de, no "South Park", retratar o profeta Maomé em uma roupa de urso porque os muçulmanos ameaçaram uma ação drástica."

O Ocidente foi tomado de um clima de mornidão e lassidão. O vigor moral, fruto de convicções religiosas de gerações, dissolveu-se em uma pluralidade social e em uma tolerância perniciosa, que iguala comportamentos imorais a manifestações culturais. A coragem dada ao Ocidente pelo cristianismo transformou-se em uma abjeta covardia diante das ameaças vindas dos neopagãos, dos naturalistas, dos libertinos e do islamismo em particular. Políticos que chegam ao poder atravez da boa vontade de eleitores majoritariamente de confissão cristã, são os principais responsáveis por esta virada, aproveitando-se do fato de que o cristianismo é basicamente tolerante. Os grupos evangélicos que se unem e apoiam candidatos que, eventualmente vêm a vencer eleições, não ameaçam fisicamente os mesmos caso estes adotem posicionamentos contrários ao que prometeram em campanha. Tudo o que resta a tais grupos é emitirem notas de repúdio e esperar melhor sorte da próxima vez.

E assim nossa "cultura cristã" vai lentamente sendo engolida pela maré reformista dos inimigos do cristianismo.

Texto original da notícia em: http://cnsnews.com/news/article/67054