quinta-feira, 17 de junho de 2010

O Evangelho Bipolar


É fato: a bipolaridade da igreja atual está atingindo proporções absurdas!

Não é difícil encontrar alguém que parece que ganhou uma copa do mundo durante o culto e ver esta mesma pessoa com cara de quem nunca venceu na vida logo que o culto termina. É só o pastor apitar o fim da partida, que o jogador se rende. É só soar o gongo e o triunfante lutador se torna apenas mais um perdedor, jogado na lona, nocauteado pela realidade crua que o envolve.

Acostumamos a ensinar nossos irmãos que tudo acabará bem, que a vitória vai chegar, que nada de mau vai nos acontecer, que a vida nos guarda o melhor, que o que realmente importa é o triunfo, etc. Mas esquecemos de mostrar a eles as dificuldades do caminho. Nos esquecemos de avisá-los de que espinhos são naturais e que o caminho é estreito demais para passarmos por ele sem nos machucarmos.

O resultado deste nosso lapso de memória? Somos bipolares. Se em um momento estamos no culto adorando a Deus com um grande sorriso nos lábios, cantando alegres; no outro estamos em casa chorando deprimidos por quê um parente ainda está se drogando, se prostituindo ou adulterando. Por duas horas nós ouvimos mensagens de auto-ajuda vindas dos púlpitos, mas no momento seguinte vemos que aquelas palavras não nos alimentaram o suficiente para passarmos ilesos pelo vale da sombra e da morte.

O Evangelho Bipolar que é pregado pelos grandes líderes também me assusta demais. Em um momento, nos ensinam a "virar a outra face" quando somos ofendidos; no outro, são adeptos vorazes do "olho por olho, dente por dente". Em um domingo, nos falam que não podemos nos conformar com este mundo; e no mesmo dia, cruzam os braços ao ver a indiferença estampada nas ruas da cidade.

Entre louvores eufóricos e meditações deprimentes, eu prefiro a mensagem do Reino, a qual me diz que tanto a alegria quanto a dor devem ser compartilhadas entre irmãos, e que me ensina que o mais importante não é esbanjar vitórias e conquistas, mas reconhecer que o caminho é apenas um, sem distúrbios bipolares.

Aquele que desceu do céu, se fez pobres como nós, e não preferiu as riquezas da vida - é Ele e apenas ELE, o caminho que devemos seguir.

Fonte: T-7 Blog



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