sábado, 23 de maio de 2009

Carlos Minc, O Pau-Mandado.

"O Rio de Janeiro eu conheço muito bem, mas o Brasil eu conheço muito mal."
A pérola acima, foi proferida pelo sr.Carlos Minc, quando ainda não era ministro e podia falar bobagens sem chamar muita atenção. Mas agora não pode mais. 
O problema não é não conhecer o Brasil. Creio que esta é a condição da maioria dos brasileiros, que sabem muito pouco sobre as realidades de sua terra. Mas tal declaração, vinda de uma homem que gastou sua juventude lutando contra um regime supostamente maléfico para o país, soa muito mal. Se o sr.Minc não aprendeu a conhecer sua patria, pelo que lutou então? 

Mas isto, dirá alguém, são águas passadas, notícia velha! 
Nem tanto.  No ultimo dia 18, o sr. (agora Exmo.Ministro) Carlos Minc declarou: 
"Tem alguns momentos em que a Igreja erra feio. Um deles é a questão da camisinha. Se a gente fosse atrás da Igreja, quantas pessoas não estariam doentes? Outra questão é a da homofobia. Como é que uma religião pode dizer que é fraterna e solidária com todos se pressiona os parlamentares a não aprovarem a lei que criminaliza a homofobia?"; e ainda completou: "Quem se opõe à aprovação dos projetos que criminalizam a homofobia é corresponsável pela multiplicação dos crimes que nada têm de fraternos e solidários".
Sem dúvida, o sr.Ministro perdeu uma excelente oportunidade de ficar com a boca fechada. Como parece ser uma característica sua, de novo falou do que não conhece, senão vejamos:
1.A Igreja não errou tanto assim. Dados do Ministério da Saúde revelam que, de 2000 à 2007, todas as regiões do Brasil (exceto o sudeste) experimentaram um aumento na incidência dos casos de AIDS. De 1996 à 2007, a incidência entre as mulheres aumentou em todas as faixas etárias (entre os 40 e 60 anos, simplesmente dobrou!). E, para complicar ainda mais a situação, entre os homens de 50 à 60 anos, a incidência  também praticamente dobrou. Esta estoria de que camisinha é sinonimo de sexo seguro é um mito.  Além do que, a igreja (pelo menos a igreja evangélica), nunca se posicionou contra o uso da camisinha, mas sim contra o homossexualismo, que, infelizmente para os homossexuais, continua sendo pecado. 

2.A igreja condena o homossexualismo exatamente pelo fato de ser uma prática anti-fraternal e anti-solidária. No homossexualismo, confunde-se o amor fraternal e a solidariedade que pode existir entre dois homens, com uma prática perversa que nada mais é que  uma imitação grosseira do ato sexual, que só pode realmente acontecer entre um macho e uma fêmea. No homossexualismo, a relação é reduzida ao mero erotismo, não sobrando nenhum espaço para um companheirismo sadio e equilibrado, onde ninguém domina ou é dominado. 

3.A igreja tem sim o direito legal de se opor e fazer pressão para que não se aprove leis que lhe são inconvenientes. Não é este o espirito da democracia? Acaso a igreja não é composta de cidadãos? Não foi o sr. Carlos Minc mesmo que, na sua juventude pegou em armas para lutar pela liberdade (seja lá qual for a definição dele de liberdade)? 

4.Esta estória de mortes de homossexuais é outro mito, um factóide. Se tal coisa está acontecendo no Brasil, por que a mídia, tão favorável às minorias, não divulga? Se tem ocorrido mesmo esta perseguição, por que ao invés de bater na igreja, o ilustre ministro não usa da influência de seu cargo e aciona o ministério da justiça? Sabe por que?  Porque não existe perseguição alguma aos homossexuais. Como toda minoria, ela padece do "Complexo de Vítima", através do qual tenta atrair simpatia para si mesma e para a causa. A verdade "verdadeira" pode ser encontrada em qualquer B.O. de delegacia: homossexuais são mortos porque vivem um estilo de vida perigoso e potencialmente violento. Criminalizar a homofobia não vai tornar as noitadas de gays, lésbicas e travestis mais tranquilas. Talvez tenha até o efeito contrário. 

De resto, fica a comprovação de que o Exmo.Sr.Ministro Carlos Minc, deveria estar discursando é contra madeireiras, grileiros, ONGS fajutas, laboratórios farmaceúticos e demais elementos que estão dilapidando nosso maior patrimônio natural que é a floresta amazônica. Disto talvez ele entenda um pouco mais. 

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