domingo, 28 de março de 2010

Direto De Cabo Verde: Religião Ou Apologia Do Crime.

"Cabo Verde é um Estado laico. É o que prescreve, e muito bem, a Constituição da República.

Trata-se de um princípio elementar e pacífico nas sociedades OCIDENTAIS: a consagração da liberdade religiosa.

Nalguns países muçulmanos, a prática de rituais cristãos (pelo menos em público) não é permitida.

Os muçulmanos vão à Europa e constroem mesquitas e outros símbolos religiosos que acharem convenientes, mas os cristãos não podem fazer o mesmo nos países muçulmanos.

A “tolerância islâmica” é, de facto, bastante peculiar! Mais ou menos assim: “No teu País, eu, muçulmano, farei o que bem entender. No meu, nem pensar – todos terão de respeitar a Lei Islâmica”.

Vem isto a propósito de um fenómeno curioso que ora perpassa a sociedade cabo-verdiana: a difusão de mensagens, ideias e “slogans” inauditos, sob a capa da religião muçulmana.

Há dias, o jornal “A Semana” noticiava que um nigeriano difundia mensagens claramente terroristas, louvando a perigosa doutrina da Al-Qaeda.

Agora, aparece um blog a defender a “jihad” e a poligamia.

A liberdade religiosa deve, sim, ser protegida pelo Estado cabo-verdiano. Trata-se da protecção de uma como que “esfera das crenças íntimas”, inerente à dignidade da pessoa humana.

Mas a liberdade religiosa, como qualquer outra, não é absoluta. Existe, pelo contrário, dentro da ORDEM CONSTITUCIONAL e tem de submeter-se, necessariamente, aos limites impostos pelo sistema jurídico-político nacional.

A poligamia, por exemplo, é CRIME em Cabo Verde (art. 279.º do Código Penal).

Fazer a apologia da poligamia é, deste modo, fazer a APOLOGIA DO CRIME. Um outro crime tipificado no Código Penal vigente.

Sai-se, assim, do círculo legítimo da liberdade religiosa, um direito fundamental, para se entrar no domínio PROIBIDO da desordem (“agit-prop”) e da apologia pública de crimes.

As autoridades cabo-verdianas devem analisar estes sinais. E defender a integridade do Estado democrático, o “patriotismo constitucional” de que falava Jürgen Habermas. Ninguém está acima da lei."

Fonte: Liberal Online

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